sábado, 22 de dezembro de 2012

Os Homens sem rosto

Os homens do Neolítico mutilavam a face dos cadáveres como sinal de vingança

Uma equipe internacional de cientistas, com participação espanhola, há indagado sobre o tratamento ritual de crânios esqueleto facial mutilados no Neolítico Pré-Cerâmico do sul da Síria, a partires de vários crânios encontrados no jazigo de Tell Qarassa Norte.

Pesquisadores da Universidade de As Palmas de Grã-Canária, o Conselho Superior de Investigações Cientificas e da Universidade Sophie Antipolis de Niza estudaram os restos de crânios encontrados no jazigo de Tell Qarassa Norte datados a meados do IX milénio aC e situados ao sul da Síria, que oferece novos dados sobre o significado dos comportamentos rituais com respeito aos crânios



Os 11 crânios encontrados neste site estão divididos em dois grupos dispostos em um círculo no chão de uma sala e corresponde, com exceção de uma criança, a indivíduos jovens-adultos e masculinos. Em 10 dos 11 casos, o rosto foi removido a adrede. "A amputação deliberada dos ossos faciais de indivíduos juvenis e seu agrupamento em um depósito após a sua remoção das sepulturas, quando os cadáveres estão já esqueletizados sugere um ritual de punição ou vingança", asseguram os pesquisadores.



No contexto do neolítico pré-cerâmico, em que a simbologia do face humana joga um papel fundamental nas conceções rituais, como pode observar-se no uso de máscaras, esculturas e crânios modelados, esta eliminação poderia ser interpretado como um ato de hostilidade.


Guerreiros sem rosto
   
O estudo sugere que aqueles jovens poderiam ser guerreiros cuja força era temida pelo grupo, apenas a criança conserva seu rosto. Estas comunidades atribuíam muitos valores ao crânio e neste caso pares implicavam algo daninho para o grupo. O chamado "culto do crânio", é dizer, a extração, uso e desafeto, é uma das principais características do complexo ritual funerário que se documentada na transição ao Neolítico no Oriente Próximo.



O ritual funerário tem sido interpretado tradicionalmente como uma forma de culto aos antepassados ​​ou heróis. No entanto, nos últimos anos, tem-se revelado algumas inconsistências no registro arqueológico que lançam dúvidas sobre a universalidade dessas interpretações, sugerindo que eles representam uma pluralidade de significados.

  Fonte:  SINC - Antropologia


Referência

Santana J, Velasco J, Ibáñez JJ, Braemer F. “Crania with mutilated facial skeletons: a new ritual treatment in an early pre-pottery Neolithic B cranial cache at Tell Qarassa North - South Syria” American Journal of Physical Anthropology 149/ 2, 2012, pp. 205-216  DOI: 10.1002/ajpa.22111.


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